sábado, 22 de agosto de 2015

ARTRITE: O que fazer?


Aproximadamente uma em cada sete pessoas sofre de algum tipo de artrite, caracterizada por inflamação, rigidez, inchaço e dor. Os dois tipos mais comuns são a osteoartrite, uma doença dolorosa na qual a cartilagem das juntas entra em processo de desintegração e a artrite reumatoide, uma doença sistêmica que pode causar dores intensas e perda de mobilidade. Ambas têm sintomas semelhantes.


- Osteoartrite
Na osteoartrite, as articulações gradualmente perdem suas cartilagens (substância lisa, semelhante a um gel, que amortece o impacto do movimento e impedindo que os ossos se esfreguem uns nos outros). As articulações mais atingidas são as dos dedos, joelhos, quadris, pescoço e coluna. Com a perda de cartilagem, o atrito entre os ossos pode causar dor e instabilidade articular.
A osteoartrite é, provavelmente, a doença mais comum da velhice. Porém, até os 40 anos, nove entre dez pessoas têm evidências de alterações típicas da artrite no exame radiológico; muitos desenvolvem, mais tarde, dor e rigidez articulares.
Médicos afirmam que todos nós desenvolveremos a doença em algum estágio da vida, em menor ou maior grau.
1) As causas:
Provavelmente as pessoas que sofrem de osteoartrite têm uma cartilagem com vulnerabilidades congênitas que as torna mais frágeis ao desgaste diário.
Pode ser também o resultado de décadas de desgaste articular, embora fatores genéticos, excesso de peso e deficiências da capacidade do organismo de recuperar as cartilagens possam ser alguns dos vilões.
2) Os sintomas:
O início da doença costuma ser gradual, com discreta dor e rigidez articulares- principalmente de manhã ou após exercícios- aliviados pelo repouso.
Podem surgir esporões nas articulações e saliências ósseas, deformidade e redução da mobilidade.

- Artrite Reumatoide
 A artrite reumatoide começa a se desenvolver quando um sistema imunológico hiperativo ataca o tecido protetor das articulações e talvez outros órgãos, provocando inflamação e dor.
É uma doença crônica, na qual as cartilagens e os tecidos em torno e dentro das articulações ficam inflamados e destruídos. O tecido cicatricial substitui o tecido lesado, estreitando os espaços nas articulações e limitando o movimento. Muitas pessoas têm apenas uma discreta rigidez articular e pioras periódicas na inflamação. Entretanto, em outras, os sintomas são persistentes e pioram com o tempo, gerando deformidades nas mãos e nos pés.
1) As causas:
O sistema imunológico, por motivos desconhecidos, ataca suas próprias articulações e o tecido em volta delas. Os especialistas não compreendem totalmente o motivo dessa “reação autoimune”, mas acreditam que algumas pessoas tem uma predisposição genética para a doença e que ela seja desencadeada por alguma infecção, alimentação inadequada ou estresse emocional.
2) Os sintomas iniciais:
- Cansaço, fraqueza, perda de peso, febre baixa, rigidez articular (frequentemente de manhã), seguida de dor e inflamação articulares após algumas semanas.
- Articulações vermelhas, dolorosas, inchadas e quentes. Acomete punhos, dedos, joelhos, tornozelos e pés, dos dois lados do corpo.
- Caroços (nódulos) vermelhos indolores nos cotovelos, orelhas, nariz, joelhos, dedos dos pés ou couro cabeludo.

Novas pesquisas indicam que a alimentação pode fazer uma diferença significativa no caso de muitas pessoas.
- Ômega 3: Uma alimentação com pouca gordura saturada e rica em ômega 3 auxilia no combate às inflamações (salmão, sardinha, linguado e outros peixes de água fria). A quantidade necessária de ômega 3 pode ser suprida com o consumo de duas a três vezes por semana de tais peixes, ao invés de suplementos que contenham óleo de peixe. As quantidades excessivas de ômega 3 aumentam o risco de sangramento, o que pode se tornar perigoso para pessoas que fazem uso de medicamentos contra artrite, uma vez que interferem na coagulação sanguínea normal. Se não gostar de peixe substitua por duas colheres (sopa) de linhaça.
Alguns óleos vegetais que contêm ômega 6, como o de milho, girassol e canola, assim como gordura saturada encontrada nos laticínios integrais, estimulam a inflamação. Também, o ácido araquidônico encontrado nas carnes vermelhas e em vísceras proporciona a formação de substâncias inflamatórias. Evite tudo que for preparado com óleo parcialmente hidrogenado ou gordura trans.
- Vitamina D: A luz do sol é necessária para a saúde dos ossos, principalmente nos casos de artrite. Isso se deve porque a cartilagem desencadeia o remodelamento dos ossos (a destruição e a substituição de células ósseas). Além da luz do sol, outras boas fontes dessa vitamina são peixes como salmão, cavala, sardinha, óleo de fígado de bacalhau, cereais enriquecidos e gema de ovo.
- Controle do peso: a obesidade aumenta drasticamente o risco e a gravidade da osteoartrite e mesmo poucos quilos em excesso sobrecarregam os joelhos e os quadris, prejudicando a cartilagem. Emagrecer e aumentar a frequência de exercícios físicos reduz os sintomas de osteoartrite.
A melhor maneira de emagrecer é evitar os alimentos processados, o açúcar e gorduras saturadas das carnes gordurosas, laticínios, bolos e biscoitos industrializados. Passe a comer frutas e legumes frescos, grãos integrais e proteínas magras, como peixe. Esses alimentos não são apenas mais saudáveis, como também têm muito menos calorias. E, como sua digestão é mais lenta, eles mantêm a saciedade por mais tempo.
Controle do peso: uma das medidas necessárias na prevenção da artrite
- Colágeno de osso de galinha: estudos apontam que pessoas com artrite reumatoide grave, após tomarem colágeno de osso de galinha, melhoraram em poucas semanas.
- Glicosamina ou sulfato glicosamino (GAS), composto natural do corpo humano que é necessário à construção e manutenção da cartilagem, melhora os sintomas, em muitos casos, de pessoas com osteoartrite. Nenhum efeito colateral negativo foi observado com dosagens de 500mg, três vezes ao dia.
- Sulfato de condroitina: composto formador de cartilagem associado à glicosamina, retarda a degeneração articular. Alguns especialistas acreditam que esse composto seja mal absorvido e tenha eficácia limitada. É encontrado em farmácias, bem como a glicosamina.
- Antioxidantes: folhas, pimentões, brócolis, vegetais verdes e amarelos. Outro motivo para comermos mais frutas, legumes e verduras: esses vegetais coloridos são ricos em antioxidantes que combatem os radicais livres (moléculas instáveis que atacam células saudáveis) e ajudam a proteger as articulações. Tais radicais livres sabotam a capacidade de manutenção e regeneração das cartilagens. Os alimentos supracitados garantem o betacaroteno, a vitamina C e outros antioxidantes que ajudam a reduzir os danos às células. Recomenda-se o consumo pelo menos duas vezes ao dia.
- Frutas: A vitamina C das frutas cítricas tem efeito antioxidante e propriedades estimulantes sobre o colágeno. Fontes: abacaxi, limão, carambola, goiaba, laranja, acerola, pimentão, kiwi. Devido aos flavonoides cítricos, essas frutas possuem substâncias que auxiliam no efeito antioxidante da vitamina C. Podem também ter efeito anti-inflamatório. Recomenda-se o consumo diário.
*Abacaxi: a bromelina, enzima digestiva do abacaxi, é surpreendentemente boa na redução de processos inflamatórios. Coma entre as refeições.
*Suco de romã: a romã tem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes e pode proteger as cartilagens (2 a 3 colheres de sopa de suco de romã não diluído ao dia. Para diminuir o amargor, adicione 1 colher de sopa de suco a um copo de chá verde gelado).
- Ervilhas e outras leguminosas: devido ao zinco (mineral essencial ao funcionamento do sistema imunológico).
- Gengibre, açafrão, cravo e outras especiarias anti-inflamatórias: O açafrão e o gengibre contêm um poderoso ingrediente chamado cúrcuma, que inibe as enzimas e proteínas causadoras de inflamações. Reduzem a dor e o inchaço em pessoas com artrite. O cravo contem uma substância anti-inflamatória chamada eugenol que inibe a inflamação. Tanto o cravo, o açafrão e gengibre contêm antioxidantes, importantes para a diminuição dos danos causados pela artrite na cartilagem e nos ossos.
- Chá verde, suco de tomate, cebola, frutas vermelhas e frutas cítricas: possuem uma substância em comum: a quercetina, composto que age como um potente anti-inflamatório e antioxidante.

Estudos associam crustáceos, a soja, o trigo, o milho, o álcool, o café e, possivelmente, certos aditivos químicos, laticínios e frutas cítricas ao aumento de inflamações em quem sofre de artrite. Para testar um tipo de alimento, recomenda-se abstinência desse alimento por 2 semanas para, em seguida, experimentá-lo novamente. Se houver uma crise, aconselha-se a retirada definitiva desse alimento.
Além disso, pesquisas indicam que em pequena porcentagem de pessoas a proteína de alguns alimentos aumenta a produção de anticorpos. As proteínas e os anticorpos fazem uma parceria que irrita as articulações. A maneira mais segura de testar se esses alimentos atuam como gatilhos inflamatórios é consultar um nutricionista, que poderá prescrever uma dieta de eliminação para depois ir adicionando um alimento por vez e observar as mudanças dos sintomas, além de providenciar alimentos substitutos.

* Ajudas Extras:
- Dedique-se a exercícios moderados de baixo impacto, como caminhar (de 20 a 30 minutos por dia) ou nadar (de três a quatro vezes por semana), para fortalecer a musculatura e melhorar as condições gerais das articulações.
Quanto mais rígidas as articulações, menor a disposição para o exercício. Lute contra isso; a inatividade enfraquece a musculatura, reduzindo ainda mais a estabilidade das articulações e aumentando a dor.
- Evite sapatos de salto alto. Pesquisadores se perguntavam sobre o fato de as mulheres terem o dobro de chances de desenvolver osteoartrite com o uso de sapatos altos. Descobriram que andar de salto alto aumenta a pressão em torno de uma articulação importante do joelho. Assim sapatos de salto alto podem levar a danos nas articulações e a osteoartrite. Para reduzir o impacto recomenda-se a utilização de sapatos macios e com palmilhas especiais.
- Acupuntura: pode ser eficaz no alívio da dor nas articulações.
Bolsas de água quente (água fria somente em casos de inchaço), bem como massagens, ajudam a minimizar a dor.


Receitas que curam


Escabeche*

Ingredientes:
- 6 sardinhas limpas
- 2 cebolas cortadas em rodelas
- 2 tomates cortados em rodelas
- 1 pimentão amarelo em rodelas
- 1 pimentão vermelho em rodelas
- 5 dentes de alho
- 2 colheres de sopa de alcaparras
- ½ xícara (chá) de azeitonas
- ½ xícara (chá) de vinho branco
- ½ xícara (chá) de azeite
- 3 colheres de sopa de vinagre
- 2 folhas de louro
- Salsa picada a gosto
- Sal a gosto

Modo de preparo:

Numa panela coloque em camadas as sardinhas, as cebolas, os tomates, os pimentões, os dentes de alho, as alcaparras e as azeitonas. Coloque o vinho, o azeite, o vinagre, o louro, a salsa e o sal. Leve em fogo baixo com a tampa, até que cozinhe. Sirva no dia seguinte.

*Fonte: Programa Melhor pra Você

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