domingo, 14 de junho de 2015

Perda de Memória ou Esquecimento: O que fazer?

A memória é como um depósito onde se armazenam informações no encéfalo (cérebro). Inclui não só informações aprendidas, mas informações como preferências, aversões e experiências que tivemos durante eventos emocionalmente significativos. Esses processos dependem de vários fatores: o significado e o período de tempo do evento gerador de alguma lembrança, a profundidade do impacto emocional e sua associação com os sentidos, como a visão.
O hipocampo, área do cérebro envolvida no armazenamento da memória, participa na transferência de pensamentos imediatos e de informações sensoriais para os locais de armazenamento da memória de curto e longo prazo, isto é, região fundamental para formar e reter memórias.


O hipocampo: uma das principais áreas envolvidas no armazenamento da memória


Todos experimentam alguma perda de memória com o passar do tempo. É um efeito colateral normal de estresse, de distrações, de múltiplas tarefas e também da idade e da falta de estimulação mental. O declínio pode começar por volta dos 35 anos e ser notado aos 45. Acontece gradativamente, afetando, principalmente a memória recente. Com o passar dos anos as células cerebrais diminuem e nosso cérebro produz menos substâncias químicas (neurotransmissores), capazes de transportar mensagens de uma nervosa para a seguinte. Lapsos sérios de memória podem ser sinal da doença de Alzheimer, mas um simples esquecimento  não é sinal de preocupação.

Alguns alimentos, em especial, funcionam como protetores do cérebro. E como a idade chega para todos, uma boa memória nos beneficia e auxilia outros que fazem parte de nosso convívio, os quais, provavelmente, cuidarão de nós.
Veja:
1) Antioxidantes: auxiliam na atenção mental, na ativação da memória e na saúde do sistema nervoso, além de prevenir danos às células nervosas e aos neurônios, impedindo que os radicais livres danifiquem suas estruturas.
- Frutas, hortaliças, legumes, nozes e sementes: Os antioxidantes são encontrados na maioria das frutas e dos vegetais e em nozes, sementes e leguminosas, que neutralizam a ação prejudicial de moléculas conhecidas como radicais livres. Os mesmos atacam as células cerebrais assim como o oxigênio “ataca” uma maçã recém-cortada, tornando-a marrom. No organismo eles são eliminados por substâncias antioxidantes como o betacaroteno, as vitaminas C, E, selênio e zinco. Podemos conseguir estes antioxidantes importantes incluindo frutas, vegetais, nozes e sementes de abóbora (um punhado quase todos os dias) na alimentação.
Frutas cítricas como kiwi, morango e vegetais como brócolis e couve-de-bruxelas são ricos em vitamina C; enquanto vegetais verde-escuros, alaranjados e amarelos (espinafre, cenoura e batata doce), são boas fontes de betacaroteno.
*Dica: Cozinhe ou sirva o espinafre com um leve fio de azeite de oliva, já que, o óleo ajuda o corpo a absorver das verduras folhosas os nutrientes solúveis em gordura, como a vitamina E.
- Maçãs: contêm quercetina, efetivo antioxidante. Uma maçã por dia no almoço pode estimular as capacidades da memória, especialmente se consumir com a casca.
- Mirtilos (blueberries): possuem antocianinas, substâncias químicas que atuam como fortes antioxidantes, que podem melhorar a memória, segundo estudos realizados em animais de laboratório. Podem ser consumidas em  ½ xícara por dia.

2) Minerais: o cálcio, ferro, magnésio e potássio são essenciais para nervos saudáveis.
-Ferro: há uma ligação entre a falta de ferro e problemas de atenção, memória e concentração em estudos realizados com crianças e adolescentes. Fontes: espinafre, vegetais verdes-escuros, carne vermelha, gema, frango, sardinha, atum, feijão, soja em grão e grão-de-bico.
- Zinco: ajuda na produção de hormônios e sua deficiência pode desorganizar os neurotransmissores do cérebro. É encontrado em gemas de ovos, cereais integrais e leguminosas. Se consumir fitatos em excesso, presentes em alimentos integrais e legumes, sua absorção poderá ser dimimuída.

3) Gorduras poliinsaturadas e vitamina E: essenciais para nervos saudáveis e para atividade mental. São encontradas em óleos de sementes (girassol, cártamo, oliva), gérmen de trigo, abacate, nozes e castanhas, pão integral, cereais e gemas; vegetais de folhas verde-escuras.
- Peixes gordurosos: Salmão, cavalinha, atum, sardinha e outros peixes ricos em ácidos graxos ômega 3. As células do cérebro são revestidas pelos ácidos graxos ômega 3, que ajudam a reduzir a inflamação e ajudam os vasos sanguíneos a se manterem elásticos, de modo que o oxigênio e os nutrientes possam fluir livremente no nosso cérebro. Inclua pelo menos duas refeições de peixe na semana. Asse, cozinhe ou grelhe em vez de fritá-lo.
- Azeite de oliva: o cérebro precisa dessa gordura “boa” para funcionar bem. Consuma uma a duas colheres (sopa) por dia. Use o azeite de oliva, em vez de manteiga ou margarina na preparação dos pratos.

4) Vitaminas do complexo B: Para que o corpo funcione, a energia precisa ser retirada da comida: este é o papel principal das vitaminas do complexo B. Também diminuem a quantidade de homocisteína existente no organismo. Homocisteína é um aminoácido relacionado à doença cardiovascular, acidente vascular cerebral com danos à memória. Em altos níveis é uma substância tóxica ao cérebro e está relacionada a um desempenho cerebral fraco.
- Vitamina B1: especialmente ativa dentro do sistema nervoso, aprimorando a função da memória. É encontrada no arroz integral, em ervilhas, feijões, pães e cereais integrais.
- Vitamina B6: Abacate, banana, peixe e ovos.
- Vitamina B12:- Ovos: Contêm colina, uma substância química semelhante à vitamina de que as células cerebrais precisam para funcionar apropriadamente. Há na gema do ovo grande quantidade de vitamina B12, e pelo que se sabe, ajuda a baixar a homocisteína. Pode ser consumido 1 ovo ao dia
- Peixes no geral. 
- Ácido fólico: vegetais de folhas verdes, lentilhas, grão de bico, feijões.

5) Mingau de aveia, cereais ricos em fibras e grãos integrais: os cientistas suspeitam que, por estes alimentos liberarem a glicose mais lentamente na corrente sanguínea e pelo cérebro utilizá-la como fonte de energia, um fluxo regular de glicose parece ajudá-lo a reter informação para tarefas que exijam memória.
*Dica: A aveia grossa é digerida mais lentamente do que a farinha de aveia. Poderá acrescentar canela no mingau de aveia.

6) Deixe fora do cardápio:
 - Carnes gordurosas e outras fontes de gordura saturada: são responsáveis pelo aumento do colesterol o que consequentemente leva à obstrução das artérias e impedimento do fluxo adequado de sangue para o cérebro.
- Grande quantidade de alimentos com alto índice glicêmico: Pão e farinha brancos, arroz branco e alimentos açucarados. Os mesmos fazem os níveis de açúcar subirem e descerem rapidamente e o cérebro necessita de um suprimento regular.

7) Pratos à base de curry e outros alimentos que contêm cúrcuma: O açafrão adquire sua cor amarela de uma substância química antioxidante chamada cúrcuma. Assim pode evitar a oxidação e a inflamação.

8) Chá verde: antioxidantes existentes estão relacionados à inibição do avanço da doença de Alzheimer, segundo estudos realizados com animais na Inglaterra. A quantidade certa de chá para proteger a memória ainda não foi determinada.

9) Canela: Possui propriedades anti-inflamatórias que podem ajudar a manter o cérebro. Polvilhe canela sobre as frutas fatiadas, mingaus de cereais matutinos, café com leite e mesmo em sopas e cozidos.

10) Alho: Seus compostos sulfurosos são poderosos antioxidantes. Consuma pelo menos 1 a 2 dentes por dia.
 *Dica: Pique o alho e deixe descansar por 10 a 15 minutos, para que os compostos ativos dos mesmos se desenvolvam.

11) Lecitina e colina: são necessárias para produzir a substância química cerebral denominada de acetilcolina, vital para o funcionamento rápido da memória e protege o cérebro de doenças degenerativas. A principal fonte de colina é o peixe. Fontes de lecitina são: grãos de soja, gema, amendoins, ervilhas, truta, grãos integrais, queijos e vegetais de folhas verdes.

12) Auxílio Extra
-Ginkgo Biloba: conhecido por aprimorar a memória e a concentração. Por ser um vasodilatador natural (mantém os vasos abertos) auxilia na oxigenação do tecido cerebral, agindo como um antioxidante e impedindo danos aos vasos sanguíneos.  Não deve ser tomado com medicamentos como a warfina, anticoagulantes, anticonvulsivos e antipsicóticos.
-Melissa (Melissa officinalis): mostra benefícios para a perda de memória
-Sálvia (Salvia officinalis): a erva é conhecida como estimulante da memória e alguns estudos laboratoriais demonstraram que ela protege o cérebro contra à doença de Alzheimer. Além disso, tem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e anticâncer.
-Alecrim (Rosmarinus oficcinalis): pode ajudar a aumentar a atenção, reduzir a ansiedade e encorajar uma mente tranquila.
*Importante: Se estiver tomando alguma medicação alopática, consulte antes um médico ou fitoterapeuta quanto ao uso de remédios fitoterápicos, tais como os citados acima.
- Prática de exercícios físicos: é uma das maneiras mais eficazes de melhorar a liberação de sangue oxigenado para o cérebro, aprimorando sua memória.
- Pratica de exercícios de memória: ler, aprender um idioma, fazer palavras cruzadas ou caça-palavras, jogos de carta, jogos, passatempos, maneiras novas de usar a Internet, são excelentes para estimular a mente. Mantenha seu cérebro ativo aprendendo algo novo todos os dias.
- A falta de sono pode exercer um efeito negativo na concentração e na memória. A maioria dos adultos necessita de 7 a 8 horas de sono por noite.
- O estresse e a ansiedade são muito ruins para o cérebro. Relaxe profundamente. Aprenda a se manter calmo com técnicas para respirar fundo, com meditação.
- Remédios para dormir, tranquilizantes, xaropes para tosse e analgésicos, foram considerados causadores da perda de memória. Consulte seu médico caso ache que está se esquecendo das coisas com facilidade.
- Sua memória não tem que enfraquecer com o envelhecimento. Seu cérebro compensa usando novas áreas e conexões. Portanto, mantenha-se mentalmente ativo e sociável. E não se esqueçam: “A repetição é a mãe da retenção”.

RECEITAS QUE CURAM
Atum ao forno

Ingredientes
3 batatas grandes cozidas e cortadas em rodelas com a casca
2 tomates sem pele e sementes cortados em cubos
1 cebola cortada em rodelas finas
2 latas de atum
2 colheres (sopa) de salsa picada
Sal e pimenta
Azeite para regar
Mussarela para salpicar

Modo de preparo
Unte com um pouco de azeite um refratário. Alterne camadas de batata, tomate, cebola, atum. Sobre cada camada, regue com um pouco de azeite, tempere com sal, a pimenta e a salsa. Por último, salpique um pouco de  queijo mussarela ralado. Leve ao forno preaquecido a 220º C durante 25 minutos. Sirva em seguida.


*Dica: Pode ser servido com queijo branco ou ricota ao invés de mussarela e ser acompanhado com salada de folhas verdes, como agrião ou espinafre refogado.

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